segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A menina e o mar

Na imensidão do mar, apenas sonhos

As ondas indo e vindo, a menina a observar

Em sua mente, o infinito de seu mundo

Na alma, o desejo do querer ser

Indo...

Vindo...

Sonhos...

Responsabilidades...

Vontades...

Tradições...

O que precisava vinha

O que não servia ia

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Solidão

Sofro de solidão. Um mal crônico que apodrece lentamente a minha alma.
É doença de nascença, vinda da minha busca por buscar e da perplexidade em que me encontro ao deparar-me só em minha jornada.
Como posso atrair pessoas para comigo trilharem?
O único método que encontro é entrar em seus caminhos na débil tentativa de ligá-los ao meu. Porém, a estrada que os leva não tem retorno, nem tampouco é desviável. Passo ao intento de construir uma ponte, mas deparo-me com as cercas que envolvem meu território. Essa proteção imaginária se mostra mais dona do meu apreço e, por conseguinte, mais importante do que a ponte.
Eis-me aqui e agora. Cercada por pontes inacabadas e por meu muro invisível (talvez a única coisa que finalizei) em minha rotatória. O único caminho que parece possível (alguém veria outro?) para prosseguir são as pontes. Elas não existem, o caminho também não.
Somente eu. Apenas as vozes e a presença ao redor. Às vezes, alguma participação especial. Nada que reverta o monólogo que se tornou minha vida.
Sinto o cansaço do processo que não acabei. Mas também sinto o abandono de realizar sozinha esse projeto inacabável. Sempre.
Hoje eu quero que alguém entre no meu caminho, ultrapassando o muro invisível que me cerca, assim como muitas vezes me esforcei para ultrapassar o muro alheio, e construa a outra metade da ponte.

Hoje eu não quero mais ser só. 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Segmento de reta

Um dia ouvi um discurso de um professor e nunca mais esqueci.
Imagine um plano geomético α. Ele corresponde a sua vida.
Agora, imagine pontos isolados ao longo desse plano que correspondem aos considerados grandes momentos da vida. Sua formatura, seu primeiro amor ou qualquer outro momento que tenha sido muito importante para você.
Por fim, pense naqueles zilhões de dias comuns que você nem lembra que existiram entre os ditos grandes momentos. São dias em que nada de muito especial aconteceu. Entretanto, são esses pequenos dias que tornaram possível chegar aos grandes momentos.
Os dias comuns são o segmento de reta que liga os pontos de nossas vidas.
Cada texto ou poema aqui escrito nasceu em um desses dias desimportantes e compõe um pouco do segmento de reta que forma quem eu sou. 

(Professor Emiliano, se um dia ler isso, saiba que eu adorava suas aulas. E não só porque você era engraçado)