Sofro de solidão. Um mal crônico que apodrece
lentamente a minha alma.
É doença de nascença, vinda da
minha busca por buscar e da perplexidade em que me encontro ao deparar-me só em
minha jornada.
Como posso atrair pessoas para
comigo trilharem?
O único método que encontro é
entrar em seus caminhos na débil tentativa de ligá-los ao meu. Porém, a estrada
que os leva não tem retorno, nem tampouco é desviável. Passo ao intento de
construir uma ponte, mas deparo-me com as cercas que envolvem meu território. Essa
proteção imaginária se mostra mais dona do meu apreço e, por conseguinte, mais
importante do que a ponte.
Eis-me aqui e agora. Cercada por
pontes inacabadas e por meu muro invisível (talvez a única coisa que finalizei)
em minha rotatória. O único caminho que parece possível (alguém veria outro?)
para prosseguir são as pontes. Elas não existem, o caminho também não.
Somente eu. Apenas as vozes e a
presença ao redor. Às vezes, alguma participação especial. Nada que reverta o
monólogo que se tornou minha vida.
Sinto o cansaço do processo que
não acabei. Mas também sinto o abandono de realizar sozinha esse projeto
inacabável. Sempre.
Hoje eu quero que alguém entre no
meu caminho, ultrapassando o muro invisível que me cerca, assim como muitas
vezes me esforcei para ultrapassar o muro alheio, e construa a outra metade da
ponte.
Hoje eu não quero mais ser só.
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