Os enfeites de Natal prematuros anteciparam minhas reflexões de final de ano.
Em 2014, sinto que fui três Lídias (uma para cada corte de cabelo). Mas parece que sempre existe uma Lídia essência que me acompanha, em maior ou menor intensidade, não importa o quanto mude.
Deixo aqui um trecho de Ciranda de Pedra, da diva Lygia Fagundes Telles, que acabei lembrando ao pensar na Lídia essência:
"Chegara a pensar que Otávia estava certa, devia ser fácil desfazer-se também das sucessivas Virgínias nas quais se desdobrara desde a infância, desfazer-se da menininha, principalmente da menininha de unhas roídas, andando na ponta dos pés. Agarrar-se só ao presente, nua de lembranças como se acabasse de nascer. Via agora que jamais poderia se libertar das suas antigas faces, impossível negá-las porque tinha qualquer coisa de comum que permanecia no fundo de cada uma delas, qualquer coisas que era como uma misteriosa unidade ligando umas às outras, sucessivamente, até chegar à face atual".
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