sábado, 26 de dezembro de 2015

Projeto de leitura 2015 - o final



No começo do ano, eu fiz um post falando sobre meu projeto de ler apenas mulheres em 2015 e escrever sobre os livros lidos aqui. Eu estou bem feliz de perceber que consegui seguir meu projeto sem abandonar e ainda cumpri meu acordo comigo mesma de falar sobre os livros aqui.

Como esse é o último final de semana do ano, encerro aqui o projeto. Conheci várias autoras novas maravilhosas e redescobri como é legal ler HQs. Valeu muito.

Não vou fazer nenhum projeto de leitura pro ano que vem, mas pretendo continuar lendo livros escritos por mulheres e falando sobre eles aqui. Temos que ler mais mulheres sempre.

Vou deixar aqui embaixo a lista dos livros que eu li com as respectivas resenhas linkadas nos títulos. Não consegui falar sobre todos, já peço desculpas.

Para quem quiser ler mais autoras mulheres em 2016, recomendo essa lista (aqui) que o Lugar de Mulher fez indicando 52 autoras para ler no próximo ano.

Livros lidos:
-Eu quero ser eu, de Clara Averbuck
-A redoma de vidro, de Sylvia Plath
-Rilke shake, de Angélica Freitas
-Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie
-O sonho da sultana, de Roquia Sakhawata Hussain
-Persépolis, de Marjane Satrapi
-Objetos cortantes, de Gillian Flynn
-Meu corpo não é seu, de Think Olga
-Diga meu nome e eu viverei, de Lady Sybylla
-Almanaque D'elas, de várias autoras
-Mulheres negras contam sua história, de várias autoras
-Os anões, de Veronica Stigger
-Sete vidas, de Heloisa Seixas
-Auri, a anfitriã, de Aline Moura e Bárbara Almeida
-Lugar de mulher, de Ana Paula Barbi, Clara Averbuck e Mari Messias
-A mão esquerda da escuridão, de Ursula K. Le Guin
-Guadalupe, de Angélica Freitas
-Por lugares incríveis, de Jennifer Niven
-A amiga genial, de Elena Ferrante
-Tenho dois papais, de Bela Bordeaux
-Gota de sangue a olho nu, de Cacau Ideguchi
-Anna Bolenna - o livro, de Bianca
-Carvalhos, de AnaLu Medeiros
-Azul é a cor mais quente, de Julie Maroh
-Sailor moon (coleção), de Naoko Takeuchi
-Zaralha, de Letícia Novaes
-Bordados, de Marjane Satrapi
-Delta de vênus, de Anais Nin
-A festa de Babette, de Karen Blixen
-O amante, de Marguerite Duras
-Clara: uma gotinha d'água, de Luciana Cordeiro de Souza

sábado, 12 de dezembro de 2015

Livro 24: Azul é a cor mais quente, de Julie Maroh



Sinopse:
"Azul é a cor mais quente, tradução da novela gráfica Le bleu est une couleur chaude, da francesa Julie Maroh. O livro conta a história de Clementine, uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. A novela gráfica foi lançada na França em 2010, já tem diversas versões, incluindo para o inglês, espanhol, alemão, italiano e holandês, e ganhou, em 2011, o Prêmio de Público do Festival Internacional de Angoulême. Além disso, foi filmada em 2012 pelo franco-tunisiano Abdelatiff Kechiche e levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante do Festival de Cannes. Em tempos de luta por direitos e de novas questões políticas, Azul é a cor mais quente surge para mostrar o lado poético e universal do amor, sem apontar regras ou gêneros".


Sobre a autora:
"Julie Maroh nasceu na cidade de Lens, França, em 1985. Formou-se em artes visuais e estreou em 2011 como autora de graphic novels com Le bleu est un couleur chaude - história que começou a ser desenvolvida quando Maroh tinha apenas 19 anos. Mantém contato com seus leitores no site www.juliemaroh.com, apresentando e discutindo diversos assuntos, de quadrinhos a política".


Minha opinião:
Primeiramente, essa HQ foi uma das melhores leituras do meu ano.

Em termos gráficos, ela é linda.

Ao longo das páginas, acompanhamos a história de Clementine. Na adolescência, seu processo de autoconhecimento e de descoberta da própria sexualidade. Processo que se intensifica com a chega de Emma, uma universitária de cabelos azuis a quem o título faz referência. Também nessa parte há a não aceitação da sexualidade de Clementine por parte de sua família.

Imagem daqui

Mais tarde, acompanhamos um pouco da vida adulta da protagonista bem como sua relação com Emma.

A única ressalva que tenho em relação à obra é a parte final (da vida adulta) ser muito corrida. Poderia ser melhor trabalhada.

Vários temas interessantes são abordados. A dificuldade de se aceitar e de se assumir em uma sociedade lesbofóbica. A rejeição da familia que muitas vezes chega a expulsar a pessoa de casa. Relacionamento abusivos entre mulheres, como o de Emma e Sabine. A luta LGBT por direitos. E outros.

Recomendo (e muito!) a HQ.


PS: eu achei melhor do que o filme. Ainda mais depois de ler declarações das atrizes dizendo como o diretor foi abusivo com elas (sobre aqui e aqui). Não vamos compactuar com diretores escrotos e abusivos, né?