"Em abril de 2014, foi divulgada uma pesquisa do IPEA que
trouxe dados chocantes sobre a percepção da população do país diante da
violência sexual contra a mulher. O que mais chamou a atenção foi a informação
de que 65% dos brasileiros acreditava que mulheres usando roupas reveladoras
mereciam ser atacadas. Por dias, o assunto gerou intenso debate e campanhas que
mobilizaram milhares de pessoas. O número alarmante seria corrigido depois pelo
instituto de pesquisa, caindo para 26% - mas essa porcentagem não deixa de ser
expressiva e prova quão forte ainda é a mentalidade que responsabiliza a vítima
pelo crime que sofreu.
Com um texto claro e informativo, que une dados das
pesquisas e reflexões mais atuais a depoimentos pungentes de mulheres que
viveram situações de violência, este livro é fundamental para investigar por
que a violência contra a mulher ainda é um dos tipos de crime mais recorrentes no
mundo todo e por que tão pouco ainda é feito para preveni-la e denunciá-la".
"Olga é um think tank dedicado a elevar o nível da discussão
sobre feminilidade nos dias de hoje. Os novos tempos trouxeram novas
características, novos sonhos e novos objetivos para as mulheres… E Olga se
propõe a descobrir quem é essa nova mulher, o que ela quer hoje, e criar
conexões criativas mais reais e verdadeiras. A partir de um diálogo honesto,
encontraremos formas femininas de pensar a vida – e que elas não sejam todas
cor de rosa".
Minha opinião:
Eu tenho muita admiração pelas integrantes do Think Olga. Elas criaram a campanha Chega de Fiu-Fiu, estão produzindo um documentário sobre assédio nas ruas e lançaram esse e-book. Beijos pra vocês, suas lindas.
Meu corpo não é seu é um ensaio breve. Algo em torno de 32 páginas, dependendo do tamanho de fonte que você seleciona no leitor digital. Isso torna a obra concisa, mas não menos esclarecedora sobre a questão da violência contra a mulher. A obra trata os principais tipos dessa violência: feminicídio, violência doméstica, agressões físicas, ameaças psicológicas e assédio sexual. Além disso, busca passar pelos principais pontos da questão: o despreparo do governo ao lidar com esse tipo de violência; a errônea ideia de que essas agressões acontecem "quase como um assalto" por "um monstro desconhecido e encapuzado que some na noite escura", ao contrário, na maioria dos casos, são cometidas por alguém próximo ("o chefe que todos admiram, o namorado devoto e até aquele 'paizão' afetuoso"); a dificuldade de levar uma denúncia adiante, provocada pelo fato do agressor ser alguém próximo; a grande quantidade de vítimas que não chegam a denunciar; a sexualização muito precoce das mulheres; a socialização por meio do gênero; e outros tantos aspectos.
O e-book traz diversos dados para elucidar o tema:
"cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida apenas por pertencer ao sexo feminino".
"uma em cada cinco mulheres, em todo o mundo, sofreu uma tentativa de estupro ou foi de fato estuprada ao longo da vida. Em alguns países, a proporção é de uma entre três".
O e-book traz diversos dados para elucidar o tema:
"cerca de 70% das mulheres sofrem algum tipo de violência no decorrer de sua vida apenas por pertencer ao sexo feminino".
"uma em cada cinco mulheres, em todo o mundo, sofreu uma tentativa de estupro ou foi de fato estuprada ao longo da vida. Em alguns países, a proporção é de uma entre três".
Ao longo da leitura, estão presentes também depoimentos de mulheres que passaram por uma situação de violência. Depoimentos tocantes e que me deixaram perplexa. Às vezes, não dá pra acreditar como esse nosso mundo é errado.
Eu recomendo a leitura para quem quiser entender melhor a questão da violência contra a mulher. E também para quem precisar de dados sobre o assunto.
Eu recomendo a leitura para quem quiser entender melhor a questão da violência contra a mulher. E também para quem precisar de dados sobre o assunto.
Hoje não tem indicação de outras resenhas. No lugar, vou deixar um vídeo do debate que rolou com as autoras no lançamento do e-book:
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