sexta-feira, 1 de maio de 2015

Maria Montessori - uma vida dedicada às crianças (parte 1)

Maria Montessori
Você já ouviu falar de Maria Montessori? Ela foi uma das primeiras mulheres a exercer medicina na Europa, desenvolveu um método pedagógico utilizado até hoje em várias partes do mundo e foi ativista pelos direitos das mulheres.

Aqui tem um documentário da BBC sobre ela:


Eu conheci essa mulher maravilhosa esses dias quando uma professora da faculdade passou um filme chamado Maria Montessori - uma vida dedicada às crianças. Eu queria ter um link do filme para colocar aqui, mas todos que eu encontrei foram retirados. Então a menos que você entenda italiano, não tem link para ver ou baixar. Só encontrei para comprar o DVD.


Como eu gostei muito do filme, decidi contar a história aqui. Fique bem claro que é a história do filme e que alguns fatos podem ter sido modificados na trama. Tentei ser sucinta na hora de escrever o post. Não rolou. Por isso, vou dividi-lo.

Dito isso, vamos lá:

(ainda vou arrumar uma divisão bonita para os posts)

Tudo começou em 1892 quando jovem Maria se matriculou na faculdade de medicina e foi lá sambar na cara da sociedade machista.

Jovem Maria, interpretada por Paola Cortellesi
No primeiro dia de aula, uzomi ficaram tudo: "Mano, cê acredita que ela tá matriculada de verdade no curso? (risos)"

Uzomi uzomando no primeiro dia de aula
Quando entrou na faculdade, Maria foi obrigada a sair e esperar o reitor do lado de fora do prédio. Somente quando todos já tinham entrando em suas respectivas classes, o reitor deixou que Maria entrasse e a conduziu até a sala. Isso fazendo o seguinte discurso: "Não quero confusão e não acho que esse seja o lugar para uma mulher, mas fui obrigado a te aceitar porque você tem boas notas. Então você tem que esperar todos sentarem antes de entrar para evitar ao máximo o contato com seus colegas".

(Em um filme que se passa no século XIX, não me surpreende o reitor dizer para a aluna evitar o contato com os colegas ao invés de dizer para eles respeitarem a colega. O que me surpreende é casos assim acontecerem até hoje.)

Maria olha ironicamente para ele diz: "Já estou aqui há 10 minutos, Creio que, por hoje, conseguimos salvar a honra da faculdade", e entra divosa na sala.

Uzomi voltam a uzomar quando a veem entrando, mas ela ergue a cabela e anda até seu lugar.


Aula de anatomia. Professor pergunta: "Quem quer fazer a primeira incisão [no cadáver de uma mulher morta]?". Todo mundo fica "eu que não". Maria manda um:


Vai lá, faz a incisão e ganha um muito bem do professor.


Maria chega em casa querendo desistir do curso e tem uma conversa com a mãe que eu curti tanto que vou até trancresver.

Maria: "Hoje, vi-me frente ao corpo de uma mulher. Gostaria de tê-la defendido dos olhares e dos comentários de meus colegas. Ter gritado que ali havia uma pessoa, ainda que morta. Em vez disso, tive que abri-la, de seccioná-la, de tratá-la como um saco vazio. Só para mostrar aos outros que não tinha medo. Por que, quando se trata de ciência, nós, mulheres, temos sempre de demonstrar que estamos à altura?"

Mãe: "Porque a ciência, até agora, tem sido dos homens".

Maria: "Estou cansada de estar sozinha. Sozinha contra todos".

Mãe: "Mas se parar no primeiro obstáculo, dará razão aos que nos julgam seres inferiores que só sabem dar à luz. Quando for médica, o que não pôde fazer hoje por essa mulher, poderá fazer pelos filhos, pelos netos dela".

Maria: "Eu não sei se chegarei a ser médica, mamãe. Odeio o sangue e o cheiro da morte".

Mãe: "Todos odeiam! Até os homens. Embora eles tenham aprendido a não demonstrar".


Depois dessa conversa, Maria decide que vai se esforçar e se tornar médica.  Ela tem a ideia de pedir para que alguém fume ao seu lado quando estiver mexendo em algum cadáver para disfarçar o cheiro. Assim, conhece Giuseppe Montesano. 

Giuseppe Montesano, interpretado por Massimo Poggio

 Como sabemos que ele é um babaca?


Sério. Quando eu vi o diálogo e essa fala, pensei "Aff, babaca".

Vou transcrever o diálogo para que vocês possam ver que ele é babaca e ver como a Maria o responde divamente. 

Para entender a cena: ela está dissecando um cadáver e ele está fumando em cima.

Maria: "Você estuda o quê?"

Giuseppe: "Psiquiatria"

M: "Interessante"

G: "Muito. Mas não aconselharia seu estudo a uma mulher" 

M: "Por quê?"

G: "Porque é um disciplina muito dura"

M: "Então, fico surpresa que haja homens lá. Em geral, todas as coisas mais duras da vida do parto à educação dos filhos, são reservadas às mulheres"

G: "Não me diga que é um feminista...!"

M: "Sabe do que morreu esta mulher? De sífilis. E sabe por que não foi curada? Porque era casada e o marido, de acordo com o médico, decidiu não lhe dizer. Não queria que ela soubesse que passava noites em bordéis"

G: "Poderiam, ao menos, tê-la curado..."

M: "Não! Vendo os remédios, ela entenderia. Neste mundo, o capricho de um homem  vale mais que a vida de uma mulher"



Na cena seguinte, Maria está na sala de aula esperando o professor chegar. Giuseppe entra na sala e:

PLOT TWIST!

Ele, na verdade, é o professor de psiquiatria! Uau, nem vi isso chegando.

Vou parar por aqui. Segurem os corações porque ainda falta comprovar que professor Montesano é um homenzinho de merda e descobrir que a mãe da Maria não é tão legal assim.

(Acho ótimo que isso só foi onze minutos do filme. Preciso ser mais sucinta)

Nenhum comentário:

Postar um comentário